Está a ser desenvolvido um projecto experimental de recuperação da biodiversidade na Lagoa do Negro. A área de recuperação constitui-se de cinco hectares, dos quais três vão funcionar como “zona tampão”, para garantir a conservação da parte interior da Lagoa do Negro. A zona de protecção e renaturalização da Lagoa do Negro, com cerca de dois hectares, no planalto central da ilha Terceira, constitui uma zona relevante para as aves migratórias, tendo já sido referenciadas no local mais de 150 espécies de aves.
Segundo Eduardo Dias, especialista em ecologia vegetal e investigador da Universidade dos Açores, os ecossistemas que foram total ou parcialmente destruídos estão a ser manuseados de forma a monitorizar o que acontece com as técnicas introduzidas, o tempo que leva e que funções se conseguem recuperar. Só se poderá conhecer os resultados do projecto dentro de uma década.
A forma como o turismo de natureza está actualmente a utilizar os recursos naturais, torna-se uma carga para os locais que necessitam de ser preservados. Por isso, este projecto pretende, não que a zona fique despovoada de pessoas, “mas que seja utilizada com normas que não prejudiquem o ambiente e possam ser usadas para o turismo pedestre, sem destruir as turfeiras, e para a observação de aves, sem as perturbar”, elevando-se, assim, a qualidade do que é oferecido aos turistas.
Eduardo Dias recorda que os Açores “estão no topo das melhores regiões da Europa para a observação de aves”, salientando que passam anualmente pelo arquipélago “mais de três centenas de espécies de aves, muitas das quais nidificam”.
Esta intervenção aspira uma diminuição dos impactos negativos e o regresso ao local das “grandes máquinas da recriação da biodiversidade”, que são as garças, patos, galinholas, narcejas e pernaltas, que pulando de lagoa em lagoa com sementes coladas às penas, vão espalhando e mantendo a biodiversidade num funcionamentos perfeito em rede que é essencial repor, em prol da perseverança dos charcos e lagoas.
Este projecto tem, portanto, como objectivo encontrar formas compatíveis da biodiversidade e do equilíbrio ambiental com o ecoturismo sustentável.
Notícia completa em: http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=19446
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