Forte Grande de S. Mateus da Calheta

Forte de São Mateus visto desde o porto.
O Forte Grande de São Mateus da Calheta, actualmente sede da Gê-Questa, é também conhecido como Forte da Prainha de São Mateus (conforme planta de autoria do Sargento-mor Engenheiro João António Júdice, datada de 1767). 

A sua construção ocorreu em 1581, no contexto da crise de sucessão de 1580 pela morte do jovem rei de Portugal D. Sebastião. O Forte é construído por determinação do corregedor dos Açores  Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto. À época encontrava-se artilhado com de seis a oito peças de ferro de diferentes calibres, e guarnecido com 8 artilheiros e 32 auxiliares.

Revestiu-se de importância na defesa da costa entre os anos de 1828 a 1832, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).

De acordo com o tombo de 1881, encontrava-se à disposição do Ministério de Guerra, entregue à guarda de um veterano, que aí residia com a sua família.

Posteriormente foi utilizado como habitação de pessoas carenciadas, o que evitou a sua ruína por abandono. À época em que projeccionistas de cinema ambulantes percorriam as freguesias da ilha, o seu recinto foi utilizado como cinema ao ar livre. Abrigou ainda a sede da Junta de Freguesia de São Mateus.

Recentemente restaurado, integra hoje o património da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, funcionando como sede da Gê-Questa-Associação de Defesa do Ambiente.

Características

Do tipo de abaluartado, apresenta planta com formato aproximadamente triangular, com cinco canhoneiras: uma no vértice saliente e duas em cada face para o lado do mar, ocupando uma área de 738 metros quadrados, à qual se acrescia um largo com 483 metros quadrados.

Plano do Forte.
De muralhas espessas, tem embutido no flanco oeste um corredor com três metros de comprimento, que dá acesso à latrina. No mesmo flanco, mas próximo da gola que dá forma à linha entre os lados do ângulo saliente, existe um espaço destinado a cozinha.
Escadas do posto de observação.
À esquerda do portão de armas, uma escada de pedra dá acesso a uma plataforma em forma de terraço, que terá servido de posto de observação.

Encostadas ao muro da gola encontram-se quatro casas pegadas, tendo as duas das extremidades, uma entrada pelo interior do forte e cada uma delas tem uma janela voltada cara o lado do mar. As duas casas do meio apresentam-se com uma entrada pelo exterior do forte, sendo que a casa da esquerda tem duas janelas para o largo, que confronta com a estrada. 

Sala da Palamenta.
A última casa tem dois compartimentos, que terão servido para guardar munições e  Palamenta (Sala da Palamenta). Contiguamente ao forte, pelo lado direito  existe um pequeno pano de muralha de características defensivas. Como no local existiu um poço, há quem pretenda ver naquele testemunho o que restou do chamado "Reduto do Poço", ainda referenciado em finais do século XVIII.

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