Inverno rigoroso não é sinal de clima alterado


 
Maria Gabriela Meireles, docente da UAÇ, defende que o Inverno rigoroso que se está a fazer sentir nos Açores não é influência das alterações climáticas e pode ser considerado “normal”.

Segundo a docente, para se afirmar que o mau tempo que se tem verificado é sinal de clima alterado, o Inverno rigoroso teria de se repetir por um período significativo, de trinta anos consecutivos. O frio e a chuva fortes que têm ocorrido são devidos à normal inconstância do clima. Afirma que o planeta já foi sujeito a alterações climáticas no passado, oscilando entre períodos frios e períodos quentes, e que estes fenómenos intensos continuarão a acontecer.

Eduardo Brito de Azevedo, também professor da UAÇ, defende a teoria, no estudo “Climate Change Scenarios in the Azores and Madeira Islands”, de que os invernos serão mais chuvosos e húmidos e que haverá um aumento de temperatura média entre dois a três graus.

Na próxima quinta-feira, dia 4 de Março, decorrerá uma palestra com o tema “Desmistificar as alterações climáticas nos Açores”, pelas 20h30 no Centro Cívico e Cultural de Santa Clara, proferida por Maria Meireles e que contará com a presença do delegado do instituto de meteorologia em S. Miguel, Diamantino Henriques.

In Jornal Diário Insular, ano LXIV, n.º 19697, pág. 7.http://www.diarioinsular.com/


Tempestade na Madeira é mais um sinal de uma tendência global



O Director do Centro Norte-Americano de Ciências e Tecnologia para a Observação de Margens Costeiras, António Baptista, afirma que Portugal “vai viver muito as alterações climáticas”, sendo a tempestade que ocorreu na Madeira, apenas uma “amostra” da tendência global.

Segundo o Investigador “nenhum evento por si próprio é sinal de alterações climáticas”, mas sim o conjunto vasto de fenómenos que tenham decorrido nos últimos anos. O exemplo é a Madeira, onde acerca de 30/40 anos foram registados eventos semelhantes.

Afirma ainda, que o indicador de mudança verifica-se “quando posto num contexto de vários eventos extremos que estão a acontecer”, e que “há causas básicas de mudança, estamos a ver os efeitos e temos de percebê-los”.

O Investigador refere que agora o importante, não é pensar em quais vão ser as mudanças e qual a sua grandeza, nem julgar a Humanidade pelos efeitos que tem a nível climatérico, mas sim tomar as precauções para gerir melhor os recursos, para que se tenham zonas saudáveis, que permitam aos seres vivos terem uma vida saudável.

In Jornal Diário Insular, ano LXIV, n.º 19697, pág. 8.http://www.diarioinsular.com/

O mau tempo que assolou a ilha da Madeira no passado dia 20 de Fevereiro, levou a derrocadas e inundações muito específicas, que arrastaram grandes quantidades de água e tambem toda e qualquer carga sólida que se encontrou pelo caminho. Muitas infraestruturas que se localizavam à beira das ribeiras, ou construidas sob o seu leito, acabaram por desaparecer.  O diagnóstico acerca do assunto já estava feito há quase dois anos. Confira em:



Independentemente da discussão sobre o grau de responsabilidade do homem nas alterações climáticas, este é um fenómeno incontestado pela comunidade científica. Contudo, como afirmou o Professor Pinto Peixoto (1922-1996), “o clima é inerentemente variável” e nem sempre se pode afirmar que as variabilidades do clima são influência das alterações climáticas. Ao longo da história do nosso planeta, sempre ocorreram épocas onde a irregularidade climática é mais acentuada do que noutras (mesmo em períodos em que a actividade humana não tinha capacidade para alterar o clima a nível global), épocas essas que apresentam um período de retorno.


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