- A Gê-Questa acaba de completar 16 anos de existência. Qual o balanço que faz da atuação da associação?A associação tem um papel importante e significativo na mudança de consciências, na realidade tem um papel multiplicador das consciências. Obviamente os problemas que motivaram a fundação da associação no ano de 1994 não são exatamente os mesmos que atualmente e a consciência das pessoas no arquipélago não é a mesma. Felizmente, penso, os cidadãos têm hoje em dia uma consciência de cidadania maior que há 16 anos atrás. No entanto, estamos ainda longe do que será a sociedade ideal.
Neste aspeto a Gê-Questa teve, e continua a ter, um papel importante na educação política dos cidadãos, tentando multiplicar as suas ações e mobilizando a sociedade para o que são os seus direitos e acima de tudo os seus deveres. É importante realçar que a associação Gê-Questa e o associativismo em geral têm um papel crucial na sociedade contemporânea.
- Quais são os principais desafios que a associação enfrenta agora e o que é que se espera da Gê-Questa daqui para a frente?
A associação tem como primeiro objetivo reabilitar e reavivar o Forte Grande de S. Mateus por diversas razões: é um lindo espaço com um importante valor patrimonial que não deve estar fechado ao público; é imperativo tornar este espaço autosustentável energeticamente para que sejamos coerentes com os princípios que defendemos; ao tornar este espaço mais agradável à visitação será também uma forma de promoção e divulgação das ações que entendemos importantes para a sociedade.
Simultaneamente queremos que a sociedade açoriana entenda a Gê-Questa como sendo um veículo para alcançar os seus objetivos, desde que estes sejam de acordo com os princípios e ideais da associação, que são, entre outras, um envolvimento maior da sociedade nas decisões que afetam o ambiente açoriano.
- A Gê-Questa iniciou, em parceria com a Culturangra, as atividades de educação ambiental da época balnear 2010. As atividades com os mais novos são, aliás, uma das principais apostas da associação. Porquê?
Não são uma das principais apostas da associação. São uma das várias vertentes da associação e provavelmente das mais fáceis, por existir uma maior recetividade dos mais novos às nossas ações, quer seja através das escolas, ou da comunidade local de S. Mateus, onde habitualmente existe um grupo de jovens que participa em várias atividades organizadas pela associação. Na realidade existe, na Gê-Questa, cada vez mais a vontade de se desmistificar a educação ambiental como sendo apenas algo para crianças e não para todos os grupos etários da sociedade. Como referi anteriormente, a reabilitação do espaço Forte Grande tem o objetivo de atrair todos os grupos etários para as nossas ações
- A educação ambiental é, de facto, uma área que tem merecido cada vez mais atenção. Como é que se despertam consciências para as questões relacionadas com o ambiente?
O despertar da consciência é um processo individual e interior. Cada pessoa é uma pessoa e não existe uma “receita” adequada à sociedade. Na realidade devemos dar ênfase e realçar os hábitos de vida quotidianos para que as pessoas entendam as suas atitudes. Na minha opinião, a comparação entre estes hábitos e atitudes do presente com os de nossos antepassados recentes são na sua maioria uma boa forma de mostrar quão impactante é o nosso dia-a-dia.
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